terça-feira, 21 de outubro de 2014

Vento novo


Estava enrolada
em teias e traças,
debaixo da escada,
lá no subsolo
da casa fechada.
Começava a tomar ares de desgraça.
Manchada do tempo,
fenecia
a esperar que um dia
alguma coisa acontecesse.
Antes que se perdesse completamente,
sentiu passar um vento cor-de-rosa.
Toda prosa, espanou a bruma,
pintou os lábios
e sem vergonha nenhuma
caprichou no recorte do decote.
A felicidade volta à praça
cheia de dengo e de graça,
com perfume novo no cangote.
Flora Figueiredo

sábado, 8 de março de 2014

Doce Mistério da Vida


Minha vida que parece muito calma
Tem segredos que eu não posso revelar
Escondidos bem no fundo de minh'alma
Não transparecem nem sequer em um olhar
Vive sempre conversando à sós comigo
Uma voz que eu escuto com fervor
Escolheu meu coração pra seu abrigo
E dele fez um roseiral em flor
A ninguém revelarei o meu segredo
E nem direi quem é o meu amor 

Maria Bethânia

Dia da Mulher

"Ela é uma moça de poses delicadas, 
sorrisos discretos e olhar misterioso.
Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice
uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, 
um toque de intuição e um tom de doçura.
Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, 
uma solidão de artista e um ar sensato de cientista.
Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, 
de amar por completo e de ser por completo.
Dentro dela tem um coração bobo, 
que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez.
Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna."