quarta-feira, 21 de maio de 2008

O e-mail que chegou...


Andarilho
Já imaginei nós dois juntos, para sempre.
Já curti muito saber cada detalhe da sua vida, suas agruras,
seus sonhos e anseios, suas incertezas,
seus acertos e erros, sempre com bom humor. E ajudar, sempre.
Já conjecturei, calculei, medi e pesei cada lance da nossa história.
E, via de regra, escancarei um sorriso para cada um deles.
Já perdi noites de sono, várias, pensando em como te surpreender e te agradar no dia seguinte. perder, aliás, é verbo muito errado.
Foram noites deliciosas, noite ganhas.
Já passei horas procurando aquele poema do Vinícius, aquela música do Chico, aquela sacada do Quintana.
Já fiz algumas das minhas viagens mais felizes, indo e voltando para sua casa.
Indo às vezes sem saber o que encontrar.
Voltando surpreso, sempre.
Felizmente surpreso.
Já vibrei muito com você.
Nossa, como vibrei com seus avanços profissionais.
Engraçado isso, mas eu comemorava como não fazia com conquistas minhas.
Já me emocionei com você.
Quando me contava as dificuldades da sua vida.
E pensava em como o mundo é justo.
Sim. Porque você merecia todo aquele início de sucesso que estava tendo.
Cada pedacinho dele.
Porque você é boa, é esperta, tem uma vontade invejável.
Isso também me conquistou.
Amei cada programa com você.
Te conhecer na esquina da sua casa, te buscar, tomar chopp e comer bolinho de bacalhau
naquele bar da esquina, comer bauru no Ponto Chic e pastel na feirinha ,
caminhar jogando conversa fora...
Colecionei os e-mails mais especiais.
Dos primeiros, inocentes de ambos os lados, aos mais picantes.
Todos eles marcantes.Ri muito com suas idéias e suas expressões e seu sotaque.
Guardei na memória seu corpo nu tomando banho, nadando, caminhando, indo e vindo.
Sobre o meu. Sob o meu.
Deitado ao meu lado.Mudei minha vida por você.
Mas isso não é cobrança.
Fiz porque quis e foi sublime.
É só mais um termômetro do que foi meu coração nestes dois anos e pouco.
Já imaginei, sim, que um dia tudo poderia acabar.
(E no fundo, embora o racional diga o contrário, torço para que não tenha acabado.)
Só não cogitei, nunca, que fosse assim, sem que eu merecesse uma pista sobre o que aconteceu.
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