Não me perguntes, porque nada sei
Da vida,Nem do amor,Nem de Deus,
Nem da morte.Vivo,
Amo,Acredito sem crer,
E morro, antecipadamente
Ressuscitando.
O resto são palavras
Que decorei
De tanto as ouvir.
E a palavra
É o orgulho do silêncio envergonhado.
Num tempo de ponteiros, agendado,
Sem nada perguntar,
Vê, sem tempo, o que vês
Acontecer.E na minha mudez
Aprende a adivinhar
O que de mim não possas entender
(Miguel Torga)